RDCA 2019: III Redes Digitais e Culturas Ativistas PUC-Campinas, Centro de Linguagem e Comunicação, campus I CAMPINAS, Brazil, May 28-30, 2019 |
Conference website | http://www.culturasativistas.wordpress.com |
Submission link | https://easychair.org/conferences/?conf=rdca2019 |
Abstract registration deadline | April 29, 2019 |
Submission deadline | April 29, 2019 |
Em sua terceira edição, o Redes Digitais e Culturas Ativistas, evento elaborado pelo Programa de Pós-Graduação em Linguagens, Mídia e Arte da PUC-Campinas, traz como tema central “A crise do humanismo e as consequências para a democracia”. O debate aqui proposto fiz respeito ao advento de tecnologias avançadas que têm desafiado o lugar da categoria de “ser humano” no mundo contemporâneo. Tecnologias que transformam o mundo do trabalho, que tornam as cidades inteligentes, que reconfiguram os cenários da comunicação, que influenciam sobre as decisões políticas dos cidadãos, que impulsionam a geração de dados para as mais diferentes atividades comerciais e não comerciais. Em função dessas instabilidades, a definição de humano em relação a determinadas verdades absolutas até então inquestionáveis, vai cedendo lugar a inconstâncias e inseguranças.
A proposta traz a discussão para questões que envolvem o impacto desse cenário no mundo do trabalho, nas manifestações artísticas, na produção cultural, na educação, nas cidades, na comunicação, na política e nas relações humanas e afetivas. E em uma espécie de inversão das expectativas relativas aos aprimoramentos possibilitados pela automação, a inteligência artificial, o acúmulo de dados e o aprimoramento da conectividade e da comunicação móvel, assistimos, por vezes, a retrocessos que, de alguma forma, almejam a busca de um lugar seguro inexistente para a condição de um “humano” em crise.
Ataques à cultura, à democracia, à liberdade de ir e vir, às identidades, às formas de expressão e à arte são visíveis num cenário de turbulência mundial. É nesse contexto de tensão, em que culturas ativistas afloram em busca de representatividade, contestação e visibilidade, que pretende-se construir diálogos e reflexões.
A partir de uma perspectiva interdisciplinar, este evento busca promover o debate plural entre os participantes a fim de criar espaços que aproximem diferentes áreas do saber/fazer político, cultural e midiático. A conjuntura política social que vivenciamos tanto em nível nacional quanto mundial coloca em evidência o advento de culturas contestatórias que provocam estruturas de poder, acendendo reflexões sobre práticas diversas. A temática deste ano para o evento insere-se nesse cenário instigante e vivo da produção acadêmica e das práticas em movimentos sociais, coletivos artísticos, educadores, entre outros atores sociais.
Este ano os trabalhos podem ser enviados para um dos 11 GTs propostos. Eles estão sendo organizados por professores de diferentes PPGs e IES.
Os trabalhos que forem aceitos e apresentados durante o evento serão publicados em um caderno de resumos.
O evento acontecerá nos dias 28, 29 e 30 de maio de 2019 no Centro de Linguagem e Comunicação, no campus I da Pontifícia Universidade Católica de Campinas.
Diretrizes para submissão
O Programa de Pós-Graduação em Linguagens, Mídia e Arte, da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, convida docentes e pesquisadores, em nível de graduação e pós-graduação, a apresentar trabalhos que relatem suas pesquisas e/ou experiências voltadas à temática geral do evento.
Os resumos devem conter título em negrito; o nome do(s) autor(es), assim como sua formação principal e filiação; tamanho entre 300 e 500 palavras, fonte Times New Roman 12, justificado, parágrafo simples; apresentar de três a cinco palavras-chave; e ser encaminhado até o dia 22/04 para um dos GTs de interesse por meio da plataforma Easychair.
Os trabalhos são avaliados pelos coordenadores dos GTs que também estão cadastrados pela plataforma. Cada trabalho é avaliado por pelo menos dois avaliadores. Os trabalhos serão julgados de acordo com a aderência ao tema do evento, a proposta do GT, as normas de formatação e a originalidade do trabalho.
Os resultados e a programação final são divulgados por meio do site http://www.culturasativistas.wordpress.com no dia 13/05.
Grupos de Trabalho
GT 1 - Corporeidade, cidade e redes sociais virtuais
São múltiplas as formas como a corporeidade tem sido resignificada nas relações mediadas e situadas nas redes sociais virtuais. Trata-se de novas formas de se relacionar com o mundo, com o Outro e de compreensão do Si. Este grupo de trabalho busca abrigar as pesquisas e reflexões sobre os impactos e as reverberações nas formas de exposição, reconhecimento, identidade e diferença no contexto do pós-humanismo, seja pelo agenciamento dos corpos, suas representações ou objetificação. Qual o lugar do corpo neste contexto? Os movimentos socioculturais urbanos, por exemplo, propõem outras formas de sociabilidade que são possibilitadas pelas redes sociais virtuais, provocando um duplo agenciamento do corpo, na rede e na cidade. O prolongamento desta corporeidade, bem como sua reverberação ou redefinição, projetam relações diacrônicas e/ou sincrônicas as quais nos provocam a repensar o sentido do corpo e da cidade.
Coordenadores: Antonio Bernardes (UFF), Fernanda Cristina de Paula (IFMG) e Eduardo Marandola Jr. (FCA/Unicamp)
GT 2 - Crises e (re)configurações do sistema midiático na democracia contemporânea
A recente experiência brasileira de eleger um candidato à Presidência da República sem simpatia e apoio por parte do sistema de mídia tradicional é um claro sintoma da redução do grau de influência dos meios tradicionais em detrimento do potencial de mobilização adquirido pelas redes sociais digitais em processos eleitorais. O fenômeno aponta para questões sensíveis à democracia, como o surgimento e proliferação de “fake news” ; o incentivo à polarização de extremos, com a decorrente perda dos territórios de centro; a predominância de discursos entoados pela emoção; a fusão entre o público e o privado no campo político; os novos papéis que se reservam aos meios tradicionais, como o jornal, a TV e o rádio; a (des)profissionalização da política e o sentido ético das campanhas eleitorais; os níveis de envolvimento do eleitor na democracia representativa; e a utópica hipótese de uma democracia participativa a partir das tecnologias de informação e comunicação em permanente desenvolvimento.
Coordenadores: Carlos Alberto Zanotti, César Pereira e Rogério Bazi (PPG Limiar/PUC-Campinas)
GT 3 - Da memória à nuvem: composição, arquivamento, performance e difusão de poesia.
Através dos tempos, a poesia foi preparada como canto, rito, dança, cena, página ou link. O poema correu de boca em boca como patrimônio imaterial dos povos. O poema circulou por manuscritos inseridos em práticas de leitura com oralização. O poema pode conjugar-se à música de orquestra, à canção, à declamação aristocrática ou à entonação comunitária. Os suportes tanto se sucederam, conforme as mudanças técnicas e civilizacionais, quanto dividiram os espaços sociais, pois as novas matrizes comunicacionais não necessariamente neutralizam as antigas. A web, justamente, parece somar, de modo jamais visto antes, instrumentos de armazenagem, democratização e simultaneidade de produções e recepções do fazer poético. Nela, a exibição do improvisador iletrado disputa likes com as letras do poeta culto. O objetivo deste grupo de trabalho, portanto, é discutir diferentes sistemas do texto poético, da memória à nuvem, em suas continuidades e descontinuidades em termos de composição, performance e difusão como texto, voz e vídeo.
Coordenadores: Pedro Marques (UNIFESP) e Francine Ricieri (UNIFESP)
GT 4 - Entre (dis)cursos: a formação das identidades e da memória em tempos e espaços (não) digitais.
A proposta desse GT é trazer à discussão trabalhos que dialoguem com os processos de construção de memória em contextos espaço-temporais diversos, que se materializam em diferentes discursos, como os da mídia, da política, de gêneros, da literatura, indiciando traços da subjetividade e das identidades que nesses ambientes se constroem e entendendo a leitura dos arquivos como possibilidades de interpretação marcadas por uma vontade de verdade e pelas redes de saber-poder. Trabalhos que se dediquem ao estudo de narrativas, de autonarrativas e/ou de espaços heterotópicos que se mostrem relevantes na formação de identidades e de modos de subjetivação são alguns dos focos deste GT.
Coordenadoras: Eliane Azzari, Eliane Righi e Maria de Fátima Amarante (PPG Limiar/PUC-Campinas)
GT 5 - Espaço urbano e redes digitais
A informatização da vida cotidiana é realidade e tende a expandir-se no futuro. No meio urbano faz-se presente no acesso a bens e serviços públicos e na própria vivência do espaço público. São muitos os sistemas e os comportamentos transformados pela informatização, desde a vigilância até o acesso wifi nos espaços públicos. Como o espaço urbano se transformou e se transformará com a contínua inserção da informatização e da participação dos cidadãos nas redes sociais? Como estas transformações afetam as pessoas e as relações políticas e sociais? Sexo, a faixa etária, a localização da moradia, o perfil profissional e sociocultural– quais as homogeneizações e as diferenciações, os ganhos e perdas trazidos pela automação, acesso remoto a serviços e pela participação nas redes sociais?
Coordenadores: Laura Machado de Mello Bueno, Luiz Augusto Maia Costa, Jane Victal Ferreira e Manoel Lemes da Silva Neto (professores do corpo docente permanente do POSURB-ARQ, PUC-Campinas)
GT 6 - Extremidades: experimentos críticos, curatoriais e artísticos
Em uma era associada a contínuos deslocamentos, à decomposicão e à incerteza, a escrita da crítica é aqui ativada como experimento, na tentativa de produzir situações de risco no que diz respeito a leituras de trabalhos em trânsito, limítrofes e instáveis. Como experimentos críticos, tratamos de possíveis caminhos tanto para o estudo da crítica e da curadoria, quanto para o estudo em arte, em poéticas e em práticas midiáticas. Temos como objetivo explorar, em especial, questões relacionadas às redes audiovisuais, ao cinema, à performance e à arte contemporânea como práticas em crise, atravessadas por procedimentos como os da desconstrução, contaminação e compartilhamento.
Coordenadores: Alessandra Bocchio, Carlos Eduardo Nogueira, Christine Mello e Larissa Macêdo (Grupo Extremidades/PUC-SP)
GT 7 - Informação e educação na era da pós-verdade
A chamada era da pós-verdade, em que o apelo às crenças subjetivas mina a confiança em fatos objetivos, tem sido objeto de discussão e análises nos âmbitos acadêmico, social e midiático. O tema se mostra em evidência diante das ameaças representadas pela desinformação disseminada em forma de fake news, que, segundo alguns estudos recentes, têm influenciado as conversações na esfera pública, têm permitido a manipulação do debate político e, consequentemente, podem ter influenciado resultados eleitorais. Estudo publicado pela revista Science em 2018 por Vosoughi et al. revelou que os seres humanos são os responsáveis pela disseminação em larga escala das chamadas fake news. Para alguns, no sentido de enfrentar esses e outros desafios trazidos pela ampla disseminação de notícias falsas por meio das redes sociais e de aplicativos mensageiros, a educação ou letramento midiático se apresentam como possibilidades de combater a raiz do problema. Há também quem defenda, do ponto de vista do jornalismo, a necessidade de fortalecer a prática da checagem de fatos, ou fact-checking, em resposta à divulgação em massa de informações não verificadas. Esse grupo de trabalho tem por objetivo reunir trabalhos e pesquisas que se lancem sobre os temas: pós-verdade, fake news, fact-checking, educação e letramento midiático.
Coordenação: Grupo de Pesquisa Comunidata (PUC-SP)
GT 8 - Media Ecology e a buscar por equilíbrio em uma vida altamente conectada
Os smartphones alteraram não apenas a maneira como costumávamos usar o telefone, mudaram a forma como nos relacionamos uns com os outros. Nesse contexto, quais são os desafios de uma vida altamente conectada? O que as telas estão fazendo de nós e o que estamos fazendo uns com os outros? Como os meios de comunicação afetam a percepção, a compreensão, o sentimento e o valor humanos? Tais questões traduzem o que pretendemos investigar nesse grupo de trabalho, amparados pelas contribuições teóricas de autores como Marshall Mcluhan (1911- 1980), Eric Mcluhan (1944- 2008), Derrick de Kerckhove (1944) e Douglas Rushkoff (1961). Além de trabalhos relacionados à pesquisa de Media Ecology, serão acolhidas também propostas que dialoguem com as temáticas sobre resistência e desintoxicação digital, ecocrítica e mídia tática.
Coordenadores: Denise Lourenço (ESAMC) e Ronaldo Barbosa (Unicamp)
GT 9 - Mídia, Cidade e Práticas Socioculturais
Reflexões teóricas e metodológicas, bem como resultados de trabalhos empíricos sobre a cidade como locus dos processos culturais e suas relações com a mídia formam o universo de reflexão e debate acadêmico deste grupo de trabalho. Compõem o escopo de discussão pesquisas que considerem a cidade como espaço de circulação das práticas socioculturais, que busquem pensar os modos como tais fenômenos delimitam o espaço (concreto e imaginário) e condicionam a geração de sentidos nos ambientes urbanos.
Coordenadores: Paulo Celso Silva e Mara Rovida, Grupo de Pesquisa Mídia, Cidade e Práticas Socioculturais do PPG em Comunicação e Cultura (UNISO)
GT 10 - Pós-imagem
A imagem contemporânea, entre representação e simulação, abandona a estabilidade ontológica para constituir-se no espaço-tempo das interconexões em rede. Entre protocolos, linguagens, algoritmos, materialidades e técnicas, a imagem recusa a condição de referência para potencializar outras realidades, modos discursivos, experiências perceptivas. Importam as produções artísticas que mobilizam uma noção amplificada sobre o termo tecnologia, não somente vinculado à dimensão computacional, pelo exercício da distensão e contaminação entre processos históricos e contemporâneos. Assim, interessa-nos discutir sobre a imagem e suas operações tecnológicas para a constituição poética.
Coordenadoras: Luisa Paraguai e Paula Almozara (PPG Limiar/PUC-Campinas)
GT 11 - Redes Digitais e o Exercício da Democracia
Por se tratar de necessidade, e não de privilégio ou luxo (FERRARI, 2016), o acesso a informação deve ser tratado com atenção. As primeiras décadas do século XXI mostram que a internet, e nela as redes sociais, contribuem de forma significativa com a troca de informações e tem reconfigurado a comunicação. Os bancos de dados e algoritmos têm transformado o jornalismo, a publicidade e as relações públicas. Bauman (2014 apud ALMEIDA, 2014), inclusive, acredita na privação do acesso à internet como uma injustiça social. Pariser (2012), por sua vez, irá tratar das consequências do uso das redes sociais a partir da ótica da tecnologia, quando esta interfere na existência das bolhas sociais. Inegável é a responsabilidade que as redes sociais digitais carregam (e carregarão nos próximos anos) frente à democracia e ao direito de expressão dos cidadãos que constituem um governo regido por ela. Esse Grupo de Trabalho tem por objetivo identificar trabalhos e pesquisas que visem teorizar, caracterizar ou discutir o papel de estratégias e fenômenos nas redes sociais para o exercício da democracia.
Coordenadora: Pollyana Ferrari (TIDD, PUC-SP)
Organização
Organização Geral
Profa. Dra. Márcia Eliane Rosa
Prof. Dr. Ricardo Gaiotto de Moraes
Prof. Dr. Tarcisio Torres Silva
Comitê organizador
Professores do PPG em Linguagens, Mídia e Arte
Comitê científico
Comitê Científico
Interno (PPG Limiar/PUC-Campinas)
Prof. Dr. Carlos Alberto Zanotti
Prof. Dr. César Antônio Pereira
Profa. Dra. Eliane Fernandes Azzari
Profa. Dra. Eliane Righi de Andrade
Profa. Dra. Luisa Paraguai
Profa. Dra. Márcia Eliane Rosa
Profa. Dra. Maria de Fátima Silva Amarante
Profa. Dra. Paula Almozara
Prof. Dr. Ricardo Gaiotto de Moraes
Prof. Dr. Rogério Bazi
Prof. Dr. Tarcisio Torres Silva
Externo
Prof. Dr. Antonio Bernardes (UFF)
Profa. Dra. Christine Mello (PUC-SP)
Profa. Ms. Denise Lourenço (ESAMC)
Prof. Dr. Eduardo Marandola Jr. (FCA/Unicamp)
Profa. Dra. Fernanda Cristina de Paula (IFMG)
Profa. Dra. Francine Ricieri (UNIFESP)
Profa. Dra. Jane Victal Ferreira (POSURB-ARQ, PUC-Campinas)
Profa. Dra. Laura Machado de Mello Bueno (POSURB-ARQ, PUC-Campinas)
Prof. Dr. Luiz Augusto Maia Costa (POSURB-ARQ, PUC-Campinas)
Prof. Dr. Manoel Lemes da Silva Neto (POSURB-ARQ, PUC-Campinas)
Profa. Dra. Mara Rovida (UNISO)
Prof. Dr. Paulo Celso Silva (UNISO)
Prof. Dr. Pedro Marques (UNIFESP)
Profa. Dra. Pollyana Ferrari (PUC-SP)
Prof. Dr. Ronaldo Barbosa (UNICAMP)
Programação
Data e local
28, 29 e 30 de maio de 2019
Centro de Linguagem e Comunicação
PUC-Campinas
Programação Geral
Dia 28/05/19 (terça)
9 hs - Abertura Oficial
Palestra com Pedro Monteiro (University of Princeton, EUA)
14 hs – Workshops e oficinas
18 hs – Exibição de documentários
Dia 29/05/19 (quarta)
9 hs – Mesa de discussão
Almir Almas e Daniel Lima (ECA-USP)
14 hs – Painéis (14h-15h40; 16h-17h40)
18 hs – Lançamento de livros e coquetel; abertura da exposição
Dia 30/05/19 (quinta)
9 hs – Mesa de discussão
Poliana Ferrari (PUC-SP)
Alexander Maximilian Hilsenbeck Filho (Cásper Líbero)
14 hs – Painéis (14h-15h40; 16h-17h40)
18 hs – Atividade cultural /Encerramento
Local
O encontro será realizado no Centro de Linguagem e Comunicação (CLC), no Campus I da PUC-Campinas.
Contato
Todas as questões sobre submissão de trabalhos devem ser endereçadaspara o email: culturasativistas@gmail.com